Sismec teme colapso da saúde pública em Curitiba
Um ano após o início da pandemia de Covid-19 no país, o Brasil está no ápice da crise sanitária. O cenário no Paraná não está diferente, já tendo contabilizado 241 mortes de trabalhadores da saúde só até 4 de março, entre as quais 68 de profissionais da enfermagem. Esse panorama faz o Sindicato dos Servidores Municipais de Enfermagem de Curitiba (Sismec) temer o colapso do serviço público de saúde da capital.
Levando em consideração a grande concentração de óbitos nos últimos 15 dias, o Sismec alerta autoridades, gestores e população em geral para o risco de exaustão extrema dos profissionais de Saúde atuantes na rede municipal. A grande preocupação da entidade é que isso pode inviabilizar os atendimentos médico-hospitalares, que dependem diretamente da equipe de enfermagem.
Os trabalhadores têm relatado escalas com número insuficiente de profissionais, o que impacta diretamente na qualidade do serviço. Antes da pandemia, em média, atendia-se 12 pacientes simultaneamente, agora são de 24 a 26 pessoas, a maioria de complexidade muito maior do que anteriormente. Isso tudo, denuncia o Sismec, em instalações improvisadas – o que dificulta ainda mais o trabalho das equipes, exigindo movimentação de pacientes, equipamentos e até torpedos de oxigênio.
“Temos concurso dentro da validade! A gestão precisa chamar imediatamente esses profissionais aprovados para conter a situação. Já está um caos, imagina em maio, quando os contratados via processo seletivo simplificado sairão?”, desabafa Raquel Padilha, presidente do Sismec.
Para o sindicato, manter os profissionais saudáveis e livres de contaminações, sem lhes causar exaustão, é, de fato, proteger toda a população. Por isso, apela para que as autoridades prolonguem o lockdown e pede que o mesmo tenha medidas mais restritivas, para que o ciclo de contaminação seja interrompido, proporcionando condições adequadas de atendimento aos doentes.

